"Onde compraremos pão para esse povo comer?!"
Diante do contexto social
dessa passagem bíblia que nos foi dada como tema podemos fazer um breve
panorama da situação de Israel naquele momento.
O império Romano era o mais poderoso no momento, na
passagem do bastão da história era a vez dos romanos ditarem as regras, e com
aquele pequeno, enfraquecido e dividido povo de Israel não era diferente. Tibério era o Imperador romano, Pôncio Pilatos era o governador da Judéia
e Herodes governava a Galiléia. Roma
imprimia um governo opressor, mas era uma opressão diferente daquilo que os
Hebreus tinham experimentado até o momento. Todos os opressores dos israelitas
vinham como gafanhotos, devastavam, oprimiam e levavam em cativeiro. O Império
Romano um pouco diferente, os tornou cativos em suas próprias terras, a saber:
Não havia nada pior do que os tributos cobrados pelos Césares por este motivo
se odiavam os coletores, eles eram tratados como traidores quando eram os
próprios Judeus que exerciam estas funções.
Diante deste quadro, a terra onde Jesus andava não era o
lugar mais próspero do mundo, pelo contrário, era uma colônia de exploração, um
lugar cinzento e empoeirado que tinha uma importância estratégica devido a sua
localização. O povo estava cansado de ser explorado a duras penas pelos
invasores, eram parasitas que minavam as poucas forças do “bichinho de Jacó”.
Talvez por esse motivo todos esperassem uma revolução política quando o
ministério do Rabi da Galiléia se erigiu. Vale lembrar o que Ele mesmo disse
assim: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para
pregar boas novas aos pobres. Ele me
enviou para proclamar liberdade aos
presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos. (Lucas 4:18). Talvez aqueles que acompanhavam desde o
início o ministério terreno do Messias estavam aguardando algo deste tipo, uma
revolução, uma insurreição, contra Roma, que deixara o povo de Deus num estado
deplorável de dominação total.
Dentro deste panorama chegamos a outra margem do mar da
Galiléia, ou mar de Tiberíades, onde o nosso revolucionário, sempre preocupado
com o povo, do alto de uma colina avista milhares de pobres, cegos, presos,
oprimidos e famintos vindo em sua direção, sedentos não só pelo pão feito por
mão humanas mas do pão da vida( João 6:48 ). É nesta hora que Jesus pergunta a
seus mais próximos seguidores: "Onde compraremos pão para
esse povo comer?!"
Jesus
pergunta, sabendo a resposta. Mas sobre tudo para alguém como ele, fazer uma
pergunta dessas, é no mínimo angustiante. Talvez eu dissesse: - Mestre por que
nos perguntas? Se tu não sabes, que diremos nós? Mas todavia existem atitudes
diferentes como a de Felipe que se preocupou com o prejuízo financeiro, mas
existe sempre um “André” que chega com algo pra ajudar, mesmo que não seja
dele, ainda que seja de um menino insignificante. Aí está Jesus, este garoto
tem 5 pães e 2 peixinhos. Ainda que o próprio André tenha menosprezado a
matéria prima pra o milagre acontecer, o Mestre se utilizou daquele pequeno
recurso para nos trazer grandes resultados. É assim que Jesus faz, caro
professor: “Com poucos recursos, teremos grandes resultados em nome de Jesus”.
Tudo
que o povo queria era que o sistema político funcionasse como o ministério de
Jesus, as mazelas sociais dizimadas, igualdade, fraternidade e liberdade como
viriam a sonhar os franceses séculos depois. Cristo supriu essa expectativa na
Galiléia, tanto que quiseram levantá-lo como Rei. Mais uma vez Satanás tentava
desviar o SENHOR do seu propósito divino, por esse motivo ele se retirou, após
deixar o povo abastecido com sua obra social, curado com sua obra espiritual e
sobretudo com uma nova esperança, que aqueles tempos obscuros já haviam apagado
do âmago daquele povo. Talvez alguns no meio da multidão perguntavam entre si,
de onde veio o pão? De onde vieram tantos peixes? Quem é esse que alimenta as
multidões? É o mesmo que encontramos em Isaías 61:-4-1: O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o
Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos
que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e
libertação das trevas aos prisioneiros. para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia
da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes, e dar a
todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria
em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão
chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua
glória.Eles reconstruirão as velhas ruínas e restaurarão os antigos escombros;
renovarão as cidades arruinadas que têm sido
devastadas de geração em geração. Por
tanto, toda honra e glória seja dada a Deus que nos enviou seu filho Jesus
Cristo por amor de nós!
Por: Igo Gutemberg
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